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Caixas não dizem (ainda) mas poderiam dizer o dia que sentiram o frio o cheiro, o riso, o escárnio o perverso vazio de dentro Fora de seu controle, caixas diriam que foram violadas perdidas frustradas feridas por meio do sadismo de mãos tão desapiedadas  Hoje, palco de convulsão  ou em grande euforia, caixas viram horrores da cadeira do dragão pau de arara choque torturando vidas e almas Quem vai contar as histórias das vazias caixas da vida cultural? quem irá fazer da memória uma lembrança marginal? As caixas seguem (em silêncio) sepulcral.

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