Zazueira

Até parece
que a vida ficou chata, não é mesmo?
Até parece...
as coisas antes não são as mesmas
a zazueira na rua, polícia e ladrão, pique-esconde
A rua não se ladrilha mais para a Copa
carnaval sem brilho, parece tudo igual
Quero voltar ao nosso tempo de menino, de jogar bola e esfolar a sola, soltar pipa, beijar sem a malícia
inventar doença para falar escola
Até parece
Se interrompe o transe
Entra João e sai menino
Ao pular dos carnavais, escolhe a luta
Combatente, corre, crua carne
Se esconde como passista da polícia
A zoeira e sua alegria dia-a-dia
Já é sina ser ladrão
A nostalgia parece neblina
Se encobre o sorriso, já se foi na escuridão
A pipa carrega o cerol em suas mãos
A escola abandonou no pulo do gato para fugir do sermão
Até parece poema de Drummond
mas não é
Até parece papo intelectual
mas não é
Até parece...
Nada!
Chega!
João foi dormir onde o frio já se consumiu a muito
e assim se faz uma história diferente
Até parece!

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