Peso do Mundo

Eu carrego as dores do mundo
e irei levá-las até um pouco
Não tão adiante do meu túmulo

Carrego as flores mortas sem água
o choro que não foi descarregado

Lembro do frio me consumindo
Num ódio vazio, em olhar dado
Defronte ao meu maior medo

Ser quem eu vejo no espelho
Não negaceando tal semelhança
Vergonha tamanha lembrança

Apesar das diferenças, as dores
em meio a copos de cevada
Dão o tom da história e fazem toada

Carrego as dores do mundo
o peso em existir nesse absurdo
Se pudesse teceria cachoeiras
Só para me livrar de tal besteira

Acovardeira aqui de casa já não se aguenta
Até insiste em ser um pé de bananeira
Assim se dá menos canseira

Sem espaço vou me deixando
Marchando solitário errante cantando
A tremedeira da saudade em ser
Filho de um imenso encanto

Carrego o peso do mundo é
um fardo tocante assumo
Dor demais que se torna abuso

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