Viscosos e Pegajoso

 Qual a cor que tenho quando saio

pegajoso e viscoso do teu solo?

Qual o sabor de me ter em sua propriedade?

Farei quantos carros andarem? 

Eu sou importante desde que me descobriram 

me chamam de ouro negro

fiz país comprar a minha existência,

numa terra de gelo árido


Já virei corrida marinha

pré matéria existente

anterior ao sal

já fui rainha de pautas

que nem chegaram a existir


Vê, então, a minha importância?


Quando me coloca em seu carro

e te faço sentir indomável

com seu motor em ataque furioso

ou quando o tanque seca

no painel à beira do nada


Que sabor tenho eu, pra você?


Já causei guerras, já baixei barris

meus preços modificados

guerras em meio aos golfos

poderia ter sido evitado?


Descobri que não sou renovável 

que não me terei para toda vida, 

mas por qual motivo me adoram?

se me consomem e até me devoram?

seria pelo meu efeito desejável? 


Me chame de tesouro escondido

na areia do oriente, que jorro

fazendo de sultões reis 

em meio a miséria

fazendo da areia 

um oásis em tempos de merda


Desde minha descoberta

não movo moinhos,

mas isso é tão velho e médio

prefiro mover o mundo

já que deste sou mercadoria

tão profunda e escassa 

que minha composição deveria ser

outra

em rubro para ter a honra

e a graça por ser tão desejada

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