Cérbero

Há dias em que o fundo sombrio 

habitante do lado que não é dentro

nos mostra as garras da porta obscura

de lava e enxofre como o cão que guarda

a entrada do inferno profano mitológico


Oh Cérbero o que fizemos para que sua baba

radioativa e sulfurosa caísse em nós?

Como posso seguir uma trilha de lira e poesia

se os meus estão fugindo da luz do dia


Estes que se caem cego ao solo e recebem 

o pó vermelho, pesado e doloroso 

que leva os rios brotoejares de nossos rostos?


Há dias em que a noite pode dizer muito

sobre como somos e como são 

as nossas flamejantes dores 



Comentários

  1. Parabéns, Luiz, pela excelente poesia. Muito interessante a analogia.

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    1. Muito obrigado, Alvinan! Grato pela consideração, carinho e atenção. Que as publicações e metáforas prossigam! Hehe Abraços.

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