A Estes dias
O sol se esconde na
luz acesa pela lua
no escuro do céu desestrelado
Em Goiânia, onde a noite
faz calor resistindo
onde as nuvens parecem ter desistido
de sentirem o frio amargo
a brisa que acalma a cuca
Numa noite que já foi dia
saberíamos olhar a vida
sem ser pela janela
ou a correria?
Pagando a luz
(que ironia)
em forma de corante para cegar
cegar a nossa retina?
É estranho pensar que o teu salário
vai mesmo para pagar, consumir
comprar, gastar e penar
Ainda se diz envolvido e amado
seu trabalho corresponde ao horário
O que estaria fazendo se não estivesse
pegando seu carro parcelado
seu ônibus lotado?
Amor em meio de rosa
de chocolate, de ursinhos
no dia 12 de junho, à noite
onde casais se encontram em bares
restaurantes ou motéis
Paga, goza, come, chora
uma vida inteira para algumas horas
ainda se casa e diz que ama
como amar se o seu tempo
se passa menos com que ama?
Isso tudo machuca, tudo causa dor
a força da maré te leva pela onda
feito camarão ou concha
esconde uma pérola.
Mas te roubam!
Tens algo preciso.
Mas te levam!
Impossível viver assim
pagando, comprando, morrendo
vivendo a vida sem entender
se deixando levar pelos sentimentos
onda a razão é um eclipse
e as emoções ao fio da pele, cortado
Se a tanto deseja amar
sonhar, viver, sentir, desejar
se ainda há vida, pulso, batida
coração acelerado, borboletas no estômago
frio na espinha
Como se deixar levar adormecido pelo caminho?
Saberias dizer meu amor que
não precisa de pagar e nem comprar
dinheiro é só representação, papel. ilusão
há coisas ainda melhores, para dias melhores
A estas coisas não se nomeiam, ainda
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