Quarto de sombra

O vento é frio em meu rosto
o dorso do meu corpo, nu
expõe a fraturas da tua falta
um sentimento agridoce me invade
tenho aqui a solidão
ausência do calor envolvente
sua mão.

Nessa manhã em que pássaros
andam em matilha e latem,
meu coração passou a falar
sobre a falta que a ti faz
mesmo o dia teimando em sorrir
ainda há uma nuvem carregada,

ela me guia sobre suas costas
me sinto acorrentado, aprisionado
nada de prometeu
somente seu.

Nesse desamparo solitário
eu, amor calcado neste solo
corrigido à base de calcário,
desejo uma nova cultura
um nova sensação.

No peito, no beco, na rua da
amargura
Cansei de ser o freguês preferido
o amante mais querido
o sambista de várias notas
Em só.

Nem no copo, eu me encontro
no embriagar das manhãs em claro
ainda sou mais um solitário
Sentindo o vento frio no dorso
do peito às manhãs
Na cidade que mais ergue paliteiros.

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