Terra à vista
Quando terminamos
Ó amor, um buraco se abriuquanto mais cavava
mais o poço me parecia atraente
Eu diria que melancolicamente
havia uma dose de ironia
cristais falseados
simulando teu sorriso
Eu me abrindo ao abismo
feito um tolo dourado
engano abrupto
em queda, desgovernado
Em forma sedutora
eu ainda me deixo
chorar escondido
amor, pelo que sumistes?
Ainda nos encontramos
seguro a palma de suas mãos
juras parecem pequenas
o buraco me parece um abrigo
Sentirei o doce de seus olhares
castanhos?
Algum dia saberia navegar sem mágoas
no mar que escorre de teu peito?
Saberei dizer amor antes de desespero?
Conversar sem o medo do naufrágio
marinheiro desesperado à deriva
eu sou de toda sina, mas o vento
aquele que vejo em ti
sempre me remete em terra à vista
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