Vulcão
Nascer negro
não é se banhar
pelo amor da mãe
mas pela medo do pai
É saber correr na via
sem saber se volta
andar na rua erguido
ajoelhar na esquina, ferido
Sentir um soco invisível
as palavras fetichistas zunindo
- Você é gostoso, você é safado!
Sou comestível, por um acaso?
Não basta o cabelo, a cor de pele
não basta a representatividade vazia
não basta o discurso pacato
não basta o dinheiro bilionário
Ser negro é antes de tudo negar
pois somos forjados da negação
reneguemos migalhas da aceitação
Somos rompimento! Somos destruição!
Imagine esse poeta fazendo amor
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