CEP


Eu olho a cidade
ela me olha, ri
me devolve com sua
língua em concreto
as pedras do meio fio

Um deboche engolido
por meio de esgotos
dançantes nas marginais
vidas rápidas por demais
que engolem vida e gente

A cidade é panóptica
me reduz a disciplina
punindo com alergia
na mesmice longa
em meio ao Anhanguera

Gosto, desgosto, tragédia
em vem a farsa marcada
eu olho a cidade que
me olha com riso solto
me engole em gracejo como
um galo com ração humana


Me tritura, me tortura
afogue minha dor alienante
com sua nova cura absurda
dízimos, pedágio a cura
a ideologia sempre em busca
da minha hibernação profunda

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas