A face oculta do riso
Aquilo que sai de mim
Não reconheço, estranho
Ninguém a não ser eu
Busca esconder o troço
Ela sai pegajosa, violenta
como uma coriza guardada
salta dos poros, sai espessa
a dor de uma vida, acumulada
Quando passo os pés
ele gruda, mas some
sinto-o em minha sola
passo, bato, arrasto
Finjo um riso e ele some
mas volta e meia, sai
e tem saído a cada dia mais
estes dias, em meu rosto, saiu
Era transparente e incomoda
parecia salgada em forma de gota
translúcida, exprimia o meu sentir
Depois vieram chuvas molhando
Daí se fizeram rios e não cessava
tanto que se foi um oceano
coloquei os meus pés para tampar
mas já era tarde, afoguei em mim
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