Reminiscências

Sou a torre de babel
maior  a torre
menos as línguas se entendem
Se fosse construído,

Sobre mãos iguais, trabalhos iguais
não seria torre, mas comuna
porém, para o meu fardo
sou uma torre.

Uma torre contraditória
cheia de terrores e amores
tragédias e dissabores
ternuras e afetos não completos.

Sou a minha torre
criando dificuldades ao primeiro embate
cínico e covarde, quando convém é verdade
uma torre que ainda possui suas reminiscências,

Pode uma torre se constituir em algo igual
que pode assim ser real a todos
grande sem se impor pela altura
mas pela grandeza de quem a compõe?

As mãos pegam em marretas
britadeiras são convocadas
a torre cai, no abalo, no esquecimento
era uma torre velha, bem alta,

Já não suportava mais a dores e a agonia
impôs tanta dor a quem construiu
tanto força a quem consumiu
Agora, eu sou a oca

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