O peso da Educação

Em períodos fantásticos, em que o sabor da fruta em nossos lábios não era pecado a educação poderia se dar por meio de fábulas com seres clericais e angelicais que conduziam e concebiam nossos destinos, vontades e a nossa potencial racionalidade que ali se engatinhava. 
O raio de Zeus sofreu uma reviravolta quando voltou para o Olimpo ao grito da primeira voz, o primeiro coro, a primeira multidão que derrubou os deuses que habitavam em outros lugares como o Sinai, o Olimpo, o Eufrates e o Nilo. Agora, a razão resulta no enegrecer dos deuses e seremos pautados por especialistas.
Estes, ensinaram a nós que a fruta possui outras informações do que somente o seu sabor, como o peso, os nutrientes, as propriedades e o uso.
Concentrado no uso, os especialistas fizeram uma rápida associação metafórica a dizer que a fruta é como a sociedade, possui várias matizes e que a melhor forma é deixar a eles, especialistas, organizarem e conduzirem. 
A educação só promete libertação quando as ideias burocráticas em nada sofrem com a interferência dos novos mandatários.
Em uma via de subordinação incrível, a educação saiu da mão dos deuses e agora está na mão dos inventores dos novos deuses  que aos poucos, nos introduzem um sabor artificial, um consumo voraz retiram aplicam mutações que recriam o sabor, faz o despertar do desejo, mas escondem por meio de novas fábulas e promessas, os seus interesses.
A luta da educação que deveria ser a emancipação intelectual do indivíduo passa a ser um viés duplo nessa sociedade fabricada. O primeiro viés é a produção e a potencialidade da individualidade frente ao coletivo. O segundo viés é entregar a um caráter contemplativo e vistoso do saber como se este pudesse substituir o sabor da maçã pelas belas palavras que "alimentam o espírito".
O papel do intelectual, longe da mediação, deve ser a atuação e o compromisso junto a necessidade de erguer barricadas e não de deitar em rosto, o choro no muro das lamentações.

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