O Rock Goianiense: 2 be or not 2 be em português?
Quando explodiu a onda alternativa em Goiânia, em meados de 2008, algumas bandas foram alçadas aos holofotes. Vimos Black Drawing Chalks, Hellbenders, Cambriana, etc, calçarem seus sapatos e tocarem em festivais, dentro e fora do país. Enquanto escrevo isto, em minha mente veem lembranças destes momentos, mas o incômodo usual que se apresenta. Afinal? O rock goianiense virou uma atração em inglês?. Qual o motivo de ser em inglês?.
Alguns fatores podem levar a esta abordagem como, a mundialização das relações e distribuições da música, a ideologia por de trás deste processo ou a busca de maior ganho capitalista dado ao mercado goianiense (pequeno e sem muito consumo interno que justifique festivais e bons ganhos) não conseguir gerar a profissionalização dos músicos.
Por de trás destes levantamentos, não sabendo ou sabendo, houve uma desconexão entre público, mensagem e as bandas. Ao público - restrito a uma pequena parcela com bom domínio em inglês - restava entoar os refrões chicletes ecoados pelas músicas ou curtir o som sem saber o que estava sendo dito.
A mensagem, novamente uma pequena parcela conhecedora desta, não condizia com uma percepção crítica ou mesmo condizente da realidade que ocorria na cidade ou com a sensação que os jovens sentiam frente a sociedade. Aliás, uma mensagem que representava as ideias dominantes reverberadas naquele momento. Vemos em Hurricane da banda Hellbenders, My Favorite Way da banda Black Drawing Chalks e Sad Facts da banda Cambriana letras um tanto como desabafo emocional ou mesmo uma ode pós estruturalista ao desejo do indivíduo. Entre a adolescência tardia, os sofrimentos do Jovem Werther e o prazer que não é o meu, não há, no rock em inglês de bandas goianas, uma solução, uma busca pela conquista da cidade. Sem alguém quisesse saber como foi a onda migrante, o crescimento vertical e a construção centro e periferia e o nascimento e apogeu das casas em contraposição ao fechamento do Martim Cererê precisaria, portanto, buscar várias notas de rodapé ou mesmo documentos, mas sem menção alguma de leitura por parte das bandas que aqui estavam. O que faz crer que neste momento, as bandas estavam preocupadas com a forma e menos com o conteúdo de suas letras. Como a mensagem não é despolitizada, aqui as bandas assumiram um compromisso conservador e pouco crítico as transformações que hoje são reflexo dentro da cidade.
As bandas cresceram e tiveram algum destaque nacional e até mundial com gravações, shows e festivais em que puderam mostrar o stoner com pequi. Como algo de nicho, o movimento perdeu sua intensidade com fatores como, a ascensão política, econômica e ideológica do sertanejo, o aumento gradativo de som mecânico (DJs) em detrimento aos shows ao vivo e um público, cada vez mais entregue, ao pop e estilos de som com a queda intensa em bandas de rock que pouco se encontravam num potencial mundial e de fama. Coube as bandas investirem em novos espaços e se reinventarem, um hiato ou darem um fim. Hoje, poucas bandas deste momento que corresponde ao fim da década de 00 e o início da década de 10 permanecem tendo algumas bandas surgindo da esteira alternativa como a banda Ousel.
Com esta observação, a defesa aqui é direta e clara: O rock goianiense deve ser tocado em português e além, tocar em feridas que assombram a alma desta cidade. Caso não seja este o interesse, buscar alinhar a forma as misturas da cultura goiana (Galo Power já realizou isto no álbum "Bote" com a introdução da viola caipira) e um conteúdo que demonstre uma possibilidade além aparente impossibilidade. Se cabe um suspiro e um refresco, a banda Hellbenders já de movimentou com ótimas músicas como "Castigo", Delírio e "Pra Entreter" com participação de Rodrigo Lima (vocalista da banda Dead Fish). Por fim, a esta possibilidade poderemos contar com uma cena feita em Goiânia e menos para exportar.
A mensagem, novamente uma pequena parcela conhecedora desta, não condizia com uma percepção crítica ou mesmo condizente da realidade que ocorria na cidade ou com a sensação que os jovens sentiam frente a sociedade. Aliás, uma mensagem que representava as ideias dominantes reverberadas naquele momento. Vemos em Hurricane da banda Hellbenders, My Favorite Way da banda Black Drawing Chalks e Sad Facts da banda Cambriana letras um tanto como desabafo emocional ou mesmo uma ode pós estruturalista ao desejo do indivíduo. Entre a adolescência tardia, os sofrimentos do Jovem Werther e o prazer que não é o meu, não há, no rock em inglês de bandas goianas, uma solução, uma busca pela conquista da cidade. Sem alguém quisesse saber como foi a onda migrante, o crescimento vertical e a construção centro e periferia e o nascimento e apogeu das casas em contraposição ao fechamento do Martim Cererê precisaria, portanto, buscar várias notas de rodapé ou mesmo documentos, mas sem menção alguma de leitura por parte das bandas que aqui estavam. O que faz crer que neste momento, as bandas estavam preocupadas com a forma e menos com o conteúdo de suas letras. Como a mensagem não é despolitizada, aqui as bandas assumiram um compromisso conservador e pouco crítico as transformações que hoje são reflexo dentro da cidade.
As bandas cresceram e tiveram algum destaque nacional e até mundial com gravações, shows e festivais em que puderam mostrar o stoner com pequi. Como algo de nicho, o movimento perdeu sua intensidade com fatores como, a ascensão política, econômica e ideológica do sertanejo, o aumento gradativo de som mecânico (DJs) em detrimento aos shows ao vivo e um público, cada vez mais entregue, ao pop e estilos de som com a queda intensa em bandas de rock que pouco se encontravam num potencial mundial e de fama. Coube as bandas investirem em novos espaços e se reinventarem, um hiato ou darem um fim. Hoje, poucas bandas deste momento que corresponde ao fim da década de 00 e o início da década de 10 permanecem tendo algumas bandas surgindo da esteira alternativa como a banda Ousel.
Com esta observação, a defesa aqui é direta e clara: O rock goianiense deve ser tocado em português e além, tocar em feridas que assombram a alma desta cidade. Caso não seja este o interesse, buscar alinhar a forma as misturas da cultura goiana (Galo Power já realizou isto no álbum "Bote" com a introdução da viola caipira) e um conteúdo que demonstre uma possibilidade além aparente impossibilidade. Se cabe um suspiro e um refresco, a banda Hellbenders já de movimentou com ótimas músicas como "Castigo", Delírio e "Pra Entreter" com participação de Rodrigo Lima (vocalista da banda Dead Fish). Por fim, a esta possibilidade poderemos contar com uma cena feita em Goiânia e menos para exportar.
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