Ao perdedor, a influenza¹
As notícias de um surto de H1N1 em nosso estado tem sido terríveis e catastróficos. Se por um lado mostram a deterioração da saúde na nossa sociedade também apresenta um dado perigoso da morte das classes mais baixas² e afastada dos centros mais avançados.
A decorrência de tais mortes se relaciona a alguns fatores:
- - Precarização da saúde pública com um desmonte do número de profissionais e a capacidade de abrigar as pessoas com suas enfermidades pelo SUS. Ex: Falta de Leitos, Medicamentos, etc...
- - A necessidade dos planos de saúde e do governo em entregar as instalações projetadas pelo governo. Ex: OSs, Planos de saúde privados entre outros.
- - A necessidade do capital comunicacional em noticiar e assim modificar a opinião pública da necessidade de se ter o SUS. Mostrar seu despreparo e precarização e privatizar o quanto antes.
- - O capital farmacêutico em apresentar inúmeras propagandas e avisos que tem um interesse de "combaterem" as enfermidades quando, na verdade, muito destes remédios são funções paliativas para uma "cura" que os mais pobres não se furtem de trabalhar.
Nausente ver que as mortes servem para interesses inescrupulosos e que, em nada, irá modificar a saúde e um bem estar para as pessoas sem condições de adquirir uma boa qualidade de vida.
Evidente que seria inocente acreditar que no capitalismo haveria de fato a busca por uma saúde de qualidade e a negação da morte pelo princípio da vida. O capital se alimenta da morte e da precarização(em seu atual estágio de acumulação intensiva-extensiva) para uma maior produção e consumo. Negando uma qualidade e sim, entregando quantidade e drogas que mais viciam e amenizam do que superam a dor e o problema.
Ao vencedor é oferecido os louros e as batatas como mostra de sua arte em falsear e em ser farsante das inúmera situações que envolvem aos pobres e ao proletariado.
Aos perdedores resta a sorte, o acaso ou o não acometimento de tais problemas e enfermidades. Pode não ser a influenza, mas será outra patologia que ataca e deixa àqueles que em muito necessitam de uma superação de seu sofrimento e dor.
A luta por outra sociedade não se faz necessária. Uma sociedade humana, emancipada e autogerida não haveriam perdedores ou ganhadores, mortes por falta de vacinas ou lucros gigantescos por doenças. Não haveria motivo desta constatação e súplica, não haveria apelo.
Haveria algo carente em que só numa sociedade autogerida poderia haver, humanização constante e consciente e a erradicação das classes.
¹ Uma referência ao livro de Roberto Schwarz sobre a obra de Machado de Assis. Ao Vencedor as Batatas: Forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro.
² ( Em tempo, o médico que foi morto em decorrência de atender em um cais e, portanto, ficar exposto as enfermidades que acometem as classes mais baixas.)
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