Efetivar uma ação, não lhe garante consciência: Limites da luta anticapitalista.

Estamos no sistema capitalista e, consequentemente, a mercê dos interesses burgueses. Com as experiências que tivemos de luta, seja ela nas ruas ou no parlamento, não vejo que tivemos um movimento que atuasse frente ao "ganho". As lutas como práticas não levaram a um rompimento com as formas estabelecidas pelo capitalismo com suas ideologias e a divisão social do trabalho. O direito ao consumo, o dinheiro e as formas que conhecemos serem danosas foram colocadas de uma maneira a serem suavizadas, não superadas. 

 

Ao pensar nisso, a luta dentro do capital, torna a nossa condição em um embate para não perder e isso nos dá uma desvantagem muito grande frente à possibilidade de ganho. Logo, aqui não se trata de condições asseguradas e efetivas que venham ao intento, mas possibilidades, desejos. 

 

Um dos poucos momentos de luta que visava algum ganho dentro dos limites do capitalismo, nos trouxe um refluxo conservador e nacionalista, logo, sem o rompimento efetivo com relação às ideias. O capitalismo, além de ser um aporte econômico na exploração, gera ideias e formas de relações sociais dentro da sociedade por meio de ideologias e representações do cotidiano permeados. Não seria a prática que levaria a uma condição anticapitalista, pois isso acarretaria autocríticas e questionamentos que demanda uma palavra central na atuação, a consciência revolucionária. 

 

Enquanto nossa luta for para não perder, estaremos derrotados na esfera dos direitos burgueses. A luta deveria ser para ousar numa esfera desconfortável e de danos intensos aos interesses burgueses, ao contrário, lamentaremos entre os nossos o que foi que fizemos ou deixamos de fazer para chegar numa situação de inércia e ineficácia.


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