Crítica ao texto "A Escola Na Literatura"



No presente artigo será feita a crítica ao texto "A Escola Na Literatura" do livro A Formação da Leitura no Brasil de Marisa Lajolo & Regina Zilberman. O texto citado tem a preocupação de olhar como a escola é caracterizada pela literatura e se utiliza de um clássico O Ateneu de Raul Pompéia escrito em 1888. 
Ao partir deste livro, começa a mostrar a reprodução na escola era no período histórico e como isso influenciou o entendimento da educação, um processo que possui as características do lar e da sociedade ao qual se abre um processo de competição assim sendo, gerador de inúmeras situações. Entretanto o internato descrito pelo autor não se assemelha até hoje as escolas atuais e até as universidades? Seria então um processo educacional ou do capitalismo?


Palavras-chave: Literatura, Escola, Capitalismo. 



Lajolo e Zilberman são grandes estudiosas no campo educacional no que tange a formação do ensino nacional. Pesquisadoras que são, apresentam um grandiosa obra de caráter histórico e documental em A Formação da Leitura no Brasil é de se admirar, portanto, uma obra tamanha apresentar a tentativa de ambas em desenvolver um capítulo chamado "A Escola Na Literatura". O universo que é mergulhado pelas autoras é, em grande parte, retirado do livro O Ateneu de Raul Pompéia escrito em 1888. Há outros trechos como O Morto de Coelho Neto, Fim da Casa Paterna de Drummond, um trecho de memórias de Léo Vaz além de um trecho de um relato de Graça Aranha. 


Um trecho do escritor Coelho Neto deixa claro como era o processo educacional em sua época "Foi uma luta tremenda para arrancarem-me das abas da rabona¹ paterna; promessas, ameaças, a tudo eu respondia com choro, esperneando, berrando(...)" (p. 170).


O autor deixa claro que o processo educacional tinha o intuito de privar uma humanização e emancipação para o desenvolvimento assegurado do indivíduo e que isto mais se assemelhava a uma proximidade com reprodução ideológica. Entendo aqui que reprodução ideológica seria por uma ótica marxista de deformação e inversão por meio de intelectuais da época, no caso o pedagogo Abílio César Borges, que é retratado na obra por meio desta passagem "O mundo representado na obra caracteriza-se pela competição e o castigo. Embora Aristarco proclame que "o meu colégio é apenas maior que o lar doméstico", o protagonista descobre a crueldade, a dominação dos fortes sobre os fracos, a repressão e o oportunismo." (p.172)





Ao ler tal passagem ela não assemelha à ideologia burguesa que tomou conta do processo educacional como forma da sua expansão. Este apoderamento da burguesia pela educação fez com que seu processo humano e respeitando o indivíduo fosse substituído pelo clima de competição e punição mediante a exigências de disseminação de um controle para onde mais fosse este expandido. 


Por exemplo, vemos o livro "A Droga da Obediência" do escritor Pedro Bandeira que usa uma história dentro de um colégio chamado Elite e que tem uma droga que declara obediência e inibe a individualidade dos alunos pelo vilão que se chama Dr. Q.I. . Mesmo este livro tendo sido escrito em 1984, parece ser uma crítica similar a de Raul Pompéia em momentos distintos sendo um próximo da queda da monarquia e o outro próximo ao fim da ditadura militar.





Por exemplo, vemos o livro "A Droga da Obediência" do escritor Pedro Bandeira que usa uma história dentro de um colégio chamado Elite e que tem uma droga que declara obediência e inibe a individualidade dos alunos pelo vilão que se chama Dr. Q.I. . Mesmo este livro tendo sido escrito em 1984, parece ser uma crítica similar a de Raul Pompéia em momentos distintos sendo um próximo da queda da monarquia e o outro próximo ao fim da ditadura militar. Portanto, tal experiência mostra que não era um problema da época e sim, do interesse do capitalismo. 





Em suma, o interesse do capital se sobrepõe aos interesses educacionais. O processo do capitalismo assimila e se adapta ao contexto histórico de cada época para atender sua reprodução e assim, prolongar sua expansão e não entrar em crises ao longo do seu período histórico. A conclusão que falta a Lajolo e Zilberman não se encontra na escola e nem na retratação que a literatura dá a educação. 





A literatura aponta problemas e com sua forma sensível e humana consegue descrever sentimentos e problemas que parecem ser gerais a um grupo de pessoas que passaram por determinados problemas sociais. A modificação deve ocorrer em plano concreto, no caso a realidade, que apresentará a possibilidade sem um distanciamento. 


A mudança será em outra sociedade com outras formas de educação que sejam humanos e coerentes. Para isso, nada melhor que o filme Capitão Fantástico(2016) de Matt Ross que aponta a possibilidade de uma educação realmente crítica que se faz alheio à ideologia vigente do capital. E, para não ficar longe da realidade, temos o processo de Ocupação das Escolas ocorridas em 2015 e nas Universidades em 2016 que foram experiências concretas de luta e de uma transformação da educação à serviço da sociedade. Aguardemos novas literaturas que em muito devem contribuir com possibilidades à educação e sua forma de atuação na sociedade. 










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