O Poçeiro
Eu cavei um poço dentro de mim
nele queria encontrar a água que bebi
naquele outro dia, quando desci
as escadas
Fui o tão fundo que pude
Estômago intestino e rins
eram buracos sem fins
Um dia, em tanto cavar
encontrei um feixe de luz
que me cortava sem cessar
Um campo havia me sugado
estou vivo, eu sinto
mesmo com as dores que tenho vivido
Meu corpo se encheu de arrepios
buracos se fecham, para meu espanto
já sinto a água que bebi, e canto
A vida é amor, eu já senti
se as dores que sofri, me fizeram assim
não foi a vida que pedi
Se for para ter buracos, prefiro sair
Se for para ter buracos, prefiro sair
para um canto sem feixes
mas com luz, para enfim agir
A água que carrego comigo
me faz de abrigo
no mundo em que renasci
Forte sincero e novo
Buracos, somente para fazer jardins
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